"Existentialism, now it's a new time. A hard time, but a necessary time. A time to see us and them. A time to tell about us and them forever... To know of we're just 'Rags of silver'!" (¨ J-JP ¨)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Menoscabo meu

Era largo e raso aquele azul
os céus refletidos, belos anelos
entre violeta e verde, como no sul
Ao vento, bordejavam seus cabelos

Tal qual colibri, seus cachos
feito borboletas num riacho
seduzia-me em pensamento
Acabava com o firmamento

Foi então que o ar floriu
estava lá quando sentiu
Nascido sem sentido, caído
desprovido, contorcido e rendido

vencido...

¨ Jean-James Poet ¨

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quando chegarei?

Escritos finos são os destinos
escritos grossos são só remorsos

Escritos largos são os amargos
escritos estreitos são só conceitos

Escritos longos são pernilongos
escritos curtos são só seus surtos

"Foi lá...

...e pensando ser apenas um moço
enfim chegou ao fundo do poço!"


¨ Jean-James Poet ¨

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vazio transbordante

Vou poemar sem falar
surdo, mudo e atônito
sentimentos crônicos
vou poemar e calar

Vou poemar sem enxergar
sem quadros nem paisagens
tampouco sonhos ou viagens
Vou poemar e cegar

Poemarei sem sentir
nem cinco, nem mais
nenhum deles me satisfaz
poemarei o dessentir

Poemarei sem voar
em lugar algum, jamais
medo e frio, não mais
poemarei agora, sem amar.

¨ Jean-James Poet ¨

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O poeta


Escrevi com sangue meu caminho
respirei outras vidas
e o que sou nunca fui

Decidi assim, ser outro, ser outros
uma fuga da dor, interminável
num mundo que até hoje
não compreendo.

Apenas um subterfúgio
para não ser, nem viver vazio
assim como todos vocês...

Meu mundo sem fim
são meus dias assim...
vastos, vagos!
Ao encontro do infinito.

¨ Jean-James Poet ¨

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O adeus

Uma gotinha
de vida

Uma pessoa
caída

Uma idade
sofrida

Uma criança
nascida

Uma canção
perdida

Necessária
despedida...


¨ Jean-James Poet ¨

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A dança

Ao som daquela canção
pairavam alentos em meu coração
dançava!
tão feliz facinação
meu peito ardia em contrição

Dança bela, dança singela
bebia o mel, o fel da boca dela
azaléia risonha, tulipa tristonha
goza, sofre, e sempre sonha...

Tardia esperança
ou doce vingança?
Não sei, não sabe mais
somente uma dança
na pesada balança
navega até o cais
das lembranças


¨ Jean-James Poet ¨

domingo, 16 de outubro de 2011

Caminhos

errante
perante
todos

sou eu

distante
durante
tempos

fui tu

adiante
mirante
terras

irei!

contigo...


¨ Jean-James Poet ¨

sábado, 15 de outubro de 2011

Acá

.
eis a água
eis a mágoa

sem ter guerra
sem ver terra

veio logo
veio o fogo

pelo ar
vou vagar

longe
indo
fugindo
e vindo;

eu, a esperar...
.

¨ Jean-James Poet ¨

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Escolhas

Não quis mais
assim
foi-se e feriu
a mim

sem deixar notícias
sem fazer carícias
sem amar; estultícia!

Chora a perda, a ida
à esquerda da partida
vazia, sozinha, perdida

Caem, e junto delas,
as lágrimas,
recorda doída, aquelas...
tristes lástimas.


¨ Jean-James Poet ¨

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Refúgio

Incolor é meu sentimento
Inodoro, meu pensamento
Insípida, minha vida

Onde o fogo
apaga minhas águas...

¨ Jean-James Poet ¨

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eis o tempo

Confesso que sinto
saudade
Confesso que minto
verdade

Iluminado fui um dia
deixei pra sempre a vida vazia
Quase lá, estou agora
tudo o que quis outrora
Veio a noite, veio o dia
ela vinha, eu sorria

Escondo o que quero
sincero
Escondo o que espero
esmero

Cores, dores, alguns amores
sempre amei as belas flores
Tarde fria, arde e angustia;
louco rouco? Tampouco
cria, descria e recria...
E sempre faz, aos poucos!

¨ Jean-James Poet ¨

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Outra estação

Escreverei flores, afinal
é primavera!

Viajarei em canções alegres
nessa primavera
Degustarei tatos, olfatos
na primavera
Sentirei como nunca
toda primavera
Vislumbrarei felicidade
de primavera
E gozarei docemente
tal primavera...

Mas, para onde fugirei
quando chegar o final
da primavera?

¨ Jean-James Poet ¨