"Existentialism, now it's a new time. A hard time, but a necessary time. A time to see us and them. A time to tell about us and them forever... To know of we're just 'Rags of silver'!" (¨ J-JP ¨)

domingo, 2 de dezembro de 2012

Vidas dispersas

Engano, assim era meu desejo
pensando que eras, mas não
Apenas seguias os passos da multidão
e hoje, em silêncio, não mais te vejo

Depois daquilo: orgulho, mágoa, dor
e eu, calado, ainda sinto... Compaixão!
Sem olhar para si, pobre coração
que um dia teve ao lado o seu amor

Mais um ano, mais um dia
desejou-me felicidades, alegria
Entretanto, teve medo

Sei bem que nunca quis voar
desde agora ou desde cedo
Jamais soube, de verdade, amar.


_Franz Nicolau_

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Incomum

Na hora da correria, eu ria
do mundo
esse poço
sem fundo

Busca voraz
a alguns, satisfaz
tudo é passageiro
eu, forasteiro

Enquanto todos
fazem o mesmo
prefiro ser
eu mesmo

_Franz Nicolau_

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Aquele que duvida

Talvez o que vê
Talvez o que foge
Talvez o que luta
Talvez o que pensa
Talvez o que ama
Talvez o que sofre
Talvez o que clama
Talvez o que cai
Talvez o que sabe
Talvez o que vive
Talvez o que grita
Talvez o que sonha

Talvez nem saiba mesmo
quem é[...]

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Todos os olhos

Todos os olhos estranhos me encantam
Todos os olhos estranhos me espantam
Todos os olhos estranhos me veem
Todos os olhos estranhos me conhecem
Todos os olhos estranhos se calam
Todos os olhos estranhos se falam
Todos os olhos estranhos se cruzam
Todos os olhos estranhos se sentem
Todos os olhos estranhos no espelho
Os olhos que olham nos olhos são meus
Ou todos os olhos estranhos são seus?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Marujisse

Ao mar
num instante
distante
ofegante
vibrante
e elegante

o leme
geme
treme
teme
estreme

enquanto eu
observo,
o servo
solta
o verbo
soberbo

calou
o patrão
ladrão
varão
vilão
sem razão

e o sonho
tristonho
medonho
bisonho
ficou
risonho

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ela partiu

O vento secou
O fogo apagou
A rosa chorou
Meu canto cessou
De vez!

O agosto tardio
O corpo febril
A lua partiu
Minh'alma mentiu?
Talvez


_Franz Nicolau_

Mira-me

Vê-me por completo?
Quiçá
Palavras tortas
versos sem rima
Teus olhos me apreciam,
me leem
Afinal,
sou estas linhas

[Eu sou, a minha poesia]

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cinzas de inverno

Ela estava à vista
sem as vistas
não havia mais o que enxergar
todavia estava lá
acesa qual tocha ardente
brilhando como cinzas no inverno
presente...
Em seu coração de menino
nada batia, tudo abatia
Perene solidão
junto de todos
longe de si

_Franz Nicolau_

Memórias daquele

Minh’alma presa,  amarrada e indefesa
Anseia a fuga, como canções de ninar
Sussurra alguns delírios pelo ar
Verdadeira liberdade: serena, coesa!

Frutos de um jardim em alto mar
Sementes plantadas no fogo
Lágrimas sinceras que sabem amar
Tempos que chegarão logo, logo...

Tentava criar para si, algo belo e perpétuo
Afinal, não encontrara aqui, tipos dele
Nem mesmo algo semelhante por perto

Inventou doces eras e dimensões nele
Achava esse mundo um grande deserto
Isso são apenas as memórias [daquele]...

_Franz Nicolau_

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ontem havia

Tarde chovia, chovia
pensei em fugir para lá
onde águas não há
Ah... esqueci!
Agora eu
inundo num mundo

_Franz Nicolau_

Película

Voltei ao filme da minha vida
Sem roteiro, por inteiro
Sem cortes, com mortes
Luzes, câmera:
CORAÇÃO!


_Franz Nicolau_

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Dias de quase surto

nostálgicos, de vidro
frágil coração quebrado
flechas lançadas sem direção
memórias de vidas de sabão
esvaem-se como bolhas
voam e somem...

foi-se o brilho, foi-se o cheiro
efemeridade das aparências
vis, infames, refeces...
nunca existiram
nunca existirão


= Hermann Blaÿr =