"Existentialism, now it's a new time. A hard time, but a necessary time. A time to see us and them. A time to tell about us and them forever... To know of we're just 'Rags of silver'!" (¨ J-JP ¨)

domingo, 1 de dezembro de 2013

Sylake

Quem és tu, que agora choras? Sucumbiu-te no seio da arrogância
Tacou fogo no vento; a nudez do ventre impuro
O lar sem direção. Errante, aberrante. Incerto
Ó tu que estás longe, destes sons de revelação
                                                                               [queria calar meus olhos...

Bebi as lágrimas da noite insípida. Escondi montanhas no ar
Uma pele vazia; ossos que ardem no jardim
Alegrias que perecem, qual odor de jasmim

E nos sorrisos tristes, revelaram-se as angústias
O sonho perturbador é a realidade inconsciente
da qual foges como presa – dos brilhantes olhos
do tigre que na calada resplandece como redenção
                                                                                [cegou-me os ouvidos...

Seduzido com mentiras, conheci a cintilante estrela
Donzela do futuro, transformou a criança
em plenitude da vida. Invejada; idolatrada
mas de essência humana

de carne
razão
e amor.

 
- Nando Barrett -

Perquiridor de sentidos

Nasci num mundo sem vida
Minhas palavras, meu refúgio
Rasguei a farsa de minha roupa
E minh'alma nua, foi vista na essência

Escrevo em primeira pessoa
Para mostrar a tua pessoa
E enquanto estes versos são lidos
A face deste espelho vislumbra
Revela os mais profundos anseios
Que tu, somente tu, enxergas
E que podes mudar
Ou seguir, na vil exaltação
Do vazio que te corrói

Morro por dias
E renasço por alguns segundos
Meus escritos são meu espelho
Minhas palavras, minha vida
Escrevo sem brio
Num dia sombrio
Vivo no tempo das densas nuvens de solidão
Vivo sem viver

Minha canção agora é a chuva
E enquanto meus pelos crescem
Minha vida diminui
Talvez tenha sido grande demais
Para caber num mundo vazio
Ou quem sabe, demasiado pequeno
Para entender cada universo
Tal qual lágrimas profundas
Neste oceano sangrento
Que é a vida
Minha
Tua
Toda

Vi-me nos olhos dos teus sonhos
Porque esperar a esperança?
Quero desconstruir meus sentidos
E manter inabaláveis meus valores
Sou o que quis, quis o que sou
Uma lua morta sem fim
Foi fechando a porta, sem mim

A minha esperança
está na primavera.

 
- Nando Barrett -


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Talvez assim

Se minhas palavras tivessem força para me fazer feliz
Se minha árdua luta se transformasse em doce vida
Se meus anseios pudessem ser controlados
Se minhas perguntas fossem respondidas
Se minha inquietude passasse
Se minha angústia acabasse
Se minha revolta cessasse
Se meu sonho acordasse

Talvez assim...
talvez assim me enxergarias.


- Nando Barrett -

domingo, 20 de outubro de 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Na rua (*)

Suas caras, só suas
jovens, belas, nas ruas
Rostos lisos, imberbes
como pássaros implumes

Crianças ou futuro?
confusos, refeces...
Imaturos; em cima do muro.
Mas... sempre um mas.
Ei-los sempre prontos
pintados ou descabelados
amados ou revoltados
Nossa esperança de mudança
vosso sonho, doce lembrança
Construção cognitiva
ou cognição construtiva?
Imensuráveis seres
necessários contradizeres
Fogem do mundo, imundo
fazem deste
um lar mais profundo.

- Nando Barrett -

(*) Poema vencedor do VIII Concurso Literário do Unilasalle Canoas,
o qual tinha como mote “A participação da juventude na sociedade”.


Autoanálise

Não há como descrever-me
com tuas palavras

as minhas palavras
inexistem

jamais foram concebidas


- Nando Barrett -

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Acrópole d'alma

Palavras indizíveis me dominam
neste tempo abstrato em que vivo
Sou a resposta de uma pergunta
que não existe

Há uma terra de repouso
a qual não conheço
há um tempo, que vislumbro
em que os sábios aprendem

E há também uma canção
doce, leve e suave
que atrai a todos os ouvidos
traz paz aos corações
mas só pode ser ouvida
no silêncio da vida
que finda

- Nando Barrett -

Livres ventos

Quando era tudo ao mesmo tempo
tanto sentimento quanto pensamento
Em meus sonhos e anseios
ilógicos, imateriais
perdi-me

Da frágil nau, caí moribundo
Seriam elas a causa?
Escolhas que me perseguem
enquanto eles decidem
não consigo sobreviver
sem viver

Meu eu, intenso e puro
me querem em cima do muro
E eu, o que quero?
Que voem livres, intactos
com pés e asas
só seus, só suas


- Nando Barrett -

Uma fase

Mais uma vez, a eterna inquietude
a tristeza dos rumos fora dos prumos
da vida sem saída,
meus berros, meus erros

A impotência do meu ser
que causa a dor, só minha
A urgência do amor como redenção
para mim, para todos

Talvez a fuga covarde
ou o conflito que arde
Para quê? Para quem?
Ao cabo, ao fim
quiçá uma unidade
buscando em ti, em mim
algo ou alguém de verdade
que tenha por essência
a mais pura humanidade.

- Nando Barrett -

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Idealizei você em meus sonhos
te cobri com roupagens nobres, invisíveis
pensando que eras a única

Num mundo de aparências
de densas sombras sem sentimentos
estavas perdida, iludida

Ah, como quis resgatar-te!
Acima de qualquer imagem, só ser
além do vil consenso que nos engana

Contudo, não pude.
Escolhestes a matéria, sólida
e eu, mergulhei insólito
na real imaginação
na verdadeira vida
na existência existida

Que fiz
que quis
desde o dia
em que te vi
sozinha

- Nando Barrett -

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Certas incertezas

Era amor desesperado
tal qual o tempo: destemperado.
Sua aura transcendia a revelia
sob suaves e tristes lágrimas
onde o canto e o encanto
confundiam-se...


– Já foi! Diziam alguns.
Mas no jardim de jasmins
[perpetuava-se]
o mais puro e profundo
sentimento.

– Nando Barrett –

Eureka!

Entretanto tu não sabes
nem sequer consegues viver
longe do vazio
do teu ter
sem ser
[...]

– Nando Barrett –

segunda-feira, 18 de março de 2013

La Farfalla

La Farfalla*


A mais profunda essência da pureza
Seus cachos angelicais de sorriso macio
Seus olhos e suas meninas brilhantes
Seu amor, sua calma, sua alma...
Enviada de um tempo distante
Oriunda de uma terra radiante
Criou asas e veio
Morar em mim.



– Nando Barrett –
*Poema dedicado a Vanessa Brandeburski

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Mudo

E no calar
a serenidade da minha mente
a suavidade do meu corpo
a resposta das inquietações

Silêncio!
Eis a minha redenção.


- Nando Barrett -

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Minha carne, meu coração, minha alma

Carne minha que deseja
Coração que deixei
Alma que vivo, e amo

Saciar a vontade
Amar a nostalgia
Ser feliz por ser

Nunca todos, nunca todas
sempre algum conflito
interno.
Mas no fundo, amores...

Existência minha
move um mundo
íntimo, belo, vazio

E no fundo
busca algo
indizível

- Nando Barrett -