"Existentialism, now it's a new time. A hard time, but a necessary time. A time to see us and them. A time to tell about us and them forever... To know of we're just 'Rags of silver'!" (¨ J-JP ¨)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Um dia, quem sabe

Eu com trinta
sou eu com vinte
ou com quinze

No tempo dos cinco
ah! como era feliz...
Lá em oitenta e seis

E quando tiver oitenta e seis
será que feliz serei?
Talvez mais chato
mais sábio, mais nada...

Quero ser pequeno
cada dia diminuir mais
Até chegar à glória majestosa
de ser a criança suntuosa


- Nando Barrett -

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Para onde remas?

Vazio, tudo
tudo vazio
Vida cheia de nada
E o nada, preenche a vida
sua...

O que farás com as coisas que possui?
Aquelas que te possuem[...]

Chegará aquele dia
de verdades enlevadas
de saudades extasiadas
[logo]
abrir-se-lhe-ão os olhos

Se sentires frio, gela-te
e aquece-te assim que o calor
arder em tua carne

Quando o trapo novo
não for mais sentido
estarás liberto
Do contrário
serás pássaro
num aquário...


- Nando Barrett -

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Palavras

Palavras todas são
Palavras algo que
Palavras dizem ou
Palavras querem dizer

Palavras boas talvez
Palavras ruins
Palavras as palavras
Palavras vivem
Palavras em mim

Embora ditas,
benditas
ou malditas
são apenas
palavras...


- Nando Barrett -

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cativa[da]mente (d)ela

Parado, olhos longe
distante
No que ele pensa
nesse instante?
Quem dera ela pudesse ter
a percepção necessária
e entender... o que ele quer dizer

Está cega, completamente...

Pensa que será entendido
de repente
Ela sofre por ela
ele chora por ela
não compreender o real
não ser ela natural
ser cativa ideal
daqueles que a usam
desleal


- Nando Barrett -

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sórdida lucidez

A alegria que me assolou
foi verdadeira?
quando me deslumbrei
a tarde inteira
fascinado não achava
outra maneira
Fiquei feliz, não sou
o aprendiz voou
longe aqui
monge dali
do mosteiro ou do caminho
acompanhado ou sozinho
refletindo delirando
a canção fria e leve, na neve
continua entoando[...]


- Nando Barrett -

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Doutora Lua

Daquela estrela distante
que cheira a alecrim
ela receitou cores para mim
Domina-te e conhece-te
se queres [o que queres]
caminha na aurora incidente
e o que te faz chorar
tornar-te-á indolente...
Se hoje, estás perdida
o amanhã te mostrarás
que é outra saída
Cultiva a calma, serenidade
receita dela, pra ela
tentando encontrar
a felicidade


- Nando Barrett -

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mãe

Quando não era, me amou
depois que fui, continuou
E hoje que tenho
egoísmo de homem
sob teu amor
meus defeitos somem...

Rebelde, revoltado
criança perdida
um menino
Mas tu, senhora
és flor e ferida
pra teu filho amado

Perdão por fazer-te chorar
nunca quis teu coração machucar
sei que sempre em teu lar vou morar
no quarto doce e sem medo
que fica ao teu lado esquerdo
Mãe, de longe eu te vejo
mulher forte, um lugar ou um momento
mas acima de tudo sei que és
sentimento...


 - Nando Barrett -

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Contigo

Agonizo dentro de mim
inquietações e angústias
entretanto não sofro tanto
quanto...
apenas um pouco
não sei dizer
não sei explicar

Lágrimas secas me consomem
um suave aperto em meu peito
tenho medo, às vezes...
O medo maior que a dor
Desesperador
Quero ajudar e ser ajudado
suprir o que te falta
deixar o que me exalta
pra sempre...
Não me leva, não me leve
a lugar nenhum
Ficarei aqui, [amando a ti]
e no dia certo, na hora exata
as lágrimas nos deixarão
em paz...


- Nando Barrett -

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Pêndulo

Hoje me desequilibrei
como há tempos me desequilibro
caí e levantei, como há tempos

Faço
refaço
rasgo
amasso
o passado

E nesse vai e vem
aprendo perdendo
venço aprendendo
perco vencendo
curiosa vida

tão desejado
caminho do meio
do equilíbrio[...]


- Nando Barrett -

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Poetisa de minh'alma

Apetecido estou
fome e sede
de teu cheiro me consomem
E o agora verso afora
é a vida deste homem

Teus vôos mentais secretos
despertam em mim
curiosidades sem fim
deixam-me assim, pairado

Acima da vertigem infinita
ilusão bela incontida
teu ser e essência não têm medida
por mais que a ti mesma minta...

Teu inconsciente conhece-te
todavia, aquilo que consideras
realmente real, vital
ele sabe ser banal, imoral

Liberta-te delas!
das coisas, às quais pisas
poetisa, profetiza
Com ou sem elas eu te amo
sabes que tu, somente tu
me realizas...


- Nando Barrett -

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Soneto da menina perdida

Aquele brilho escondido na escuridão
da mesma cor de seu sentimento
Suave e doce em algum momento
profunda insanidade do coração

Lembro-me dos dias de confusão e desventura
donde haviam relâmpagos dançantes
Refletidos em seus olhos flutuantes
e ardiam cegamente, ternura e alvura

Querer-te-ei a mesma toda vida
a alma da menina alegre e insegura
confundida com mistério de mulher madura

Quando me falar... minha querida
aquilo meu ou teu, aquilo nosso
deitarei ao teu peito, será que posso?


- Nando Barrett -

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Do lado de cá

Não sou o Quintana, [queria]...”
ACORDA!
- Não vou à quitanda, querida.

- Nando Barrett -